Todos os anos, o Centre d’art contemporain de Meymac propõe um gigantesco calendário de Advento nas fachadas da abadia. Uma tradição que se renova há dezassete anos. Este ano, é o artista Jérémy Liron que tem carta branca.
Desde 2005, o Centre d’art contemporain de Meymac convidou um artista internacional a transformar uma das fachadas da abadia de Saint-André num monumental calendário de Advento. Todas as noites, de 1 a 25 de Dezembro, às 17 horas, acende-se uma nova janela.
Desvio urbano
Este ano, o artista Jérémy Liron foi convidado a criar uma obra original. Este artista, nascido em Marselha e baseado em Lyon, imaginou uma forma de “deriva urbana” em 26 pinturas. Os habitantes de Meymac reconhecem nos seus desenhos as ruas desertas da cidade, nas quais vagueia um estranho cão azul. É difícil não ver nisto uma referência a um dos mais vendidos na literatura infantil, o álbum Chien Bleu criado por Nadja e publicado pela L’Ecole des Loisirs em 1989. Uma estranha história de amizade entre um cão com pelo azul e olhos verdes brilhantes e uma menina chamada Charlotte.
Um calendário participativo
Para além da sua dimensão monumental, este calendário de Advento tem outra característica especial: é participativo. É a subscrição do público que o torna possível. Em termos concretos, uma doação é equivalente a um “pedaço de janela”. Por exemplo, 25 euros correspondem a 1/10 de janela, 50 euros correspondem a 1/5, 125 euros a meia janela e 250 euros a uma janela completa. Também é possível contribuir com qualquer quantia.
De um ponto de vista técnico, os desenhos em papel são fotografados, adaptados e depois impressos em tela ao tamanho das janelas (1,25 m de largura e 2,30 m de altura) que são depois iluminadas por trás.
Ao contrário do clássico calendário de Advento, onde se come os chocolates à medida que se avança, a vantagem do calendário Meymac é que se pode desfrutar dele depois de 25 de Dezembro! As janelas serão iluminadas até 6 de Janeiro das 17h às 23h, mas ainda são visíveis durante o dia.
Exposição dupla
Para além deste calendário, será realizada uma exposição até 15 de Janeiro de 2023 na Salle de la Pointe, no último andar da Abadia. Permite-nos descobrir cerca de quinze quadros de Jérémy Lichon. O artista mergulha-nos em paisagens do sul, povoadas por pinheiros e vilas com linhas “Le Corbusier”. Nos desenhos iluminados do calendário encontramos a mesma sensação de estranho vazio e melancolia.
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