Fly Me to the Moon: Sucesso ou Fracasso?

Foi um fim de semana movimentado nas bilheteiras, embora, se olhássemos para o calendário de 12 de julho no início do ano, não pareceria assim. “Despicable Me 4” estava em seu segundo fim de semana, um em que liderou as paradas novamente e ajudou a franquia “Minions” a ultrapassar os $5 bilhões em todo o mundo. O filme de terror da Neon, “Longlegs”, estreou e superou todas as expectativas com uma abertura de $22,6 milhões, um recorde para o estúdio. No papel, não parecia que seria grande coisa, mas tudo se encaixou. No entanto, “Fly Me to the Moon”, de Apple e Sony, é a grande incógnita, já que a comédia romântica ambientada nos anos 60 teve uma estreia um tanto morna. Contudo, é uma daquelas situações em que o fim de semana de abertura sozinho não conta toda a história.

Dirigido por Greg Berlanti, “Fly Me to the Moon” estreou com decepcionantes $10 milhões no mercado doméstico, ficando em quinto lugar nas paradas, atrás de “A Quiet Place: Day One” ($11,8 milhões), que estava em seu terceiro fim de semana. O filme também arrecadou $9 milhões no exterior, totalizando $19 milhões em sua estreia global. À primeira vista, parece um fracasso, já que o filme foi adquirido pela Apple por $100 milhões. Foi um pacote chamativo, estrelado por Scarlett Johansson (“Viúva Negra”) e Channing Tatum (“Magic Mike”). Duas grandes estrelas em uma grande comédia romântica com uma premissa retrô intrigante: Em outras circunstâncias, poderíamos considerar isso um fracasso. Mas o envolvimento da Apple complica a questão.

Não apenas a Apple Studios está interessada em trazer um filme chamativo para a Apple TV+, mas também estamos falando de uma empresa com um valor de mercado de $3,6 trilhões, mais ou menos. Como resultado, esses $100 milhões são uma gota no oceano. Estamos falando de frações de um por cento do fluxo de caixa total da empresa.

Depois de considerarmos a bilheteira geral do filme, a eventual execução em VOD e o valor que ele trará para a Apple TV+, ele chegará mais perto de se equilibrar. Será que uma empresa desse tamanho realmente se importa tanto com, digamos, $20 milhões em perdas no curto prazo? Talvez não. Não precisamos olhar além de “Killers of the Flower Moon” de Martin Scorsese ou “Napoleon” de Ridley Scott, ambos filmes de $200 milhões que não chegaram nem perto de se equilibrar. Ainda assim, eles trouxeram um certo nível de prestígio e credibilidade para a Apple Studios. Se a Apple quer ser um jogador sério no jogo de streaming, pode valer a pena perder dinheiro por um tempo. A empresa pode lidar com isso com facilidade. Para estúdios como Paramount ou Universal? É mais difícil engolir tais perdas.

“Fly Me to the Moon” acontece durante a aterrissagem da Apollo 11 na lua e gira em torno da especialista em marketing Kelly Jones (Johansson), que é chamada para melhorar a imagem pública da NASA. Ela entra em conflito com o diretor de lançamentos Cole Davis (Tatum) enquanto trabalham juntos para encenar uma aterrissagem falsa na lua como backup caso a missão falhe.

A Sony está distribuindo o filme, e é uma situação ganha-ganha para eles. Eles recebem uma taxa de distribuição e conseguem associar seu nome a um filme bem avaliado com duas grandes estrelas. A Apple assume todo o risco financeiro. Enquanto isso, os cinemas ganham um novo filme que provavelmente terá um forte boca a boca para ajudar a encher as salas. Para a indústria como um todo, o envolvimento contínuo da Apple em projetos como este é uma grande vitória. No caso de algo como “Argylle”, de $200 milhões, lançado no início deste ano, nem sempre dá certo. Mas, por enquanto, a Apple parece contente em pagar o preço para se manter no jogo. Enquanto isso for verdade, é uma coisa boa. Complica as contas, com certeza, mas é um saldo positivo para os cinéfilos.

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