O Futuro de Jason Bourne Assegurado: Universal Adquire Direitos de Forma Perpétua

A saga do assassino amnésico Jason Bourne está longe de terminar. Após um leilão renhido, a NBCUniversal garantiu o futuro da franquia, adquirindo a totalidade dos direitos de adaptação da obra de Robert Ludlum. Quer o público o peça ou não, o regresso de Bourne ao grande ecrã é agora uma certeza.

O Acordo Definitivo
A NBCUniversal saiu vitoriosa na disputa pelos direitos de adaptação audiovisual das propriedades intelectuais de Jason Bourne e Treadstone. O acordo, descrito como sendo de “valor muito elevado”, concede à Universal a perpetuidade sobre a franquia, solidificando a sua posição como um dos pilares do estúdio, a par de sucessos como Tubarão, Mundo Jurássico e os Mínimos. Os direitos tinham caducado no início do ano e estavam a ser negociados no mercado, tendo despertado o interesse de várias partes, incluindo, segundo rumores, a Netflix. Com esta aquisição, o futuro cinematográfico de Bourne fica permanentemente ligado à Universal, a menos que o próprio estúdio decida o contrário.

Novos Horizontes Para a Saga
Com a questão dos direitos resolvida, o caminho está livre para novos projetos. Frank Marshall, produtor da saga desde A Identidade de Bourne há mais de duas décadas, continuará a ser o responsável por guiar o futuro da franquia. Embora ainda não haja confirmações oficiais sobre a equipa criativa, surgiram rumores que apontavam Edward Berger, realizador de A Oeste Nada de Novo, como um potencial candidato para dirigir um novo filme. Peter Cramer, presidente da Universal Pictures, comentou o acordo com entusiasmo: “Desde a sua estreia em 2002, a icónica saga Bourne redefiniu o género de espionagem com filmes inovadores que estabeleceram novos padrões para a ação cinematográfica. Estamos entusiasmados para continuar a expandir o universo Bourne no futuro com novas e empolgantes histórias para o público global.”

Uma Lufada de Ar Fresco Necessária
Esta notícia surge como uma oportunidade de revitalizar uma saga que, apesar de um início brilhante, tem tido um percurso irregular nas últimas décadas. Se há franquia que precisa de um novo fôlego, é a de Bourne. Para os puristas, a história terminou de forma magistral em 2007 com O Ultimato de Bourne. No entanto, depois disso, as coisas descarrilaram. Tivemos O Legado de Bourne em 2012, um filme feito sem Matt Damon durante aquela estranha fase em que todas as sagas pareciam contratar Jeremy Renner como o novo rosto. Em 2016, Jason Bourne viu o regresso de Paul Greengrass e Matt Damon, mas o resultado foi uma tentativa fraca de retratar Bourne como uma espécie de segurança de discoteca mal-humorado. Por fim, a série Treadstone, de 2019, que nem sequer contava com o protagonista, foi cancelada após uma única temporada.

O Impacto Original
Apesar das dificuldades recentes, é fundamental recordar o quão revolucionário foi Bourne no seu início. Quando A Identidade de Bourne chegou aos cinemas em 2002, com a sua ação realista, propulsiva e baseada em parkour, fez com que todos os outros filmes do género parecessem instantaneamente antiquados. Foi lançado no mesmo ano de 007 – Morre Noutro Dia e, embora o filme de James Bond tenha tido uma bilheteira superior, o puro atletismo de Bourne fez com que a concorrência — com os seus carros invisíveis, vilões com diamantes na cara e efeitos visuais de fraca qualidade — parecesse obsoleta. O resultado foi evidente: Pierce Brosnan foi dispensado, Daniel Craig foi contratado e, sintomaticamente, Casino Royale acabou por estar repleto de cenas de parkour, numa clara influência de Bourne. Com este novo acordo, a Universal tem a oportunidade de recapturar essa magia e redefinir, mais uma vez, o cinema de ação.

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