A chegada iminente da nova versão em imagem real de Lilo & Stitch confirma uma tendência já consolidada na estratégia comercial da Disney: a adaptação dos seus clássicos animados para filmes com atores reais já não se limita às obras mais emblemáticas. Desta vez, a transformação incide sobre um título menor, lançado em 2002 e realizado por Chris Sanders e Dean DeBlois, que conquistou o público com a sua ternura e originalidade.
Nos últimos dez anos, nada menos do que 17 produções animadas da casa de Mickey passaram pelo crivo do “live-action”. No entanto, a maioria dessas adaptações obteve resultados artísticos pouco convincentes — e em alguns casos, francamente dececionantes. Títulos como Branca de Neve e os Sete Anões, Pinóquio, Dumbo, A Dama e o Vagabundo ou A Pequena Sereia ilustram bem as dificuldades de replicar, com atores e cenários reais, a magia e o encanto das animações originais.
Apesar disso, a nova abordagem a Lilo & Stitch, agora sob a direção de Dean Fleischer-Camp, pode suscitar uma segunda reflexão. Ao contrário dos filmes já referidos, cujas versões originais são tidas como marcos incontestáveis da história do cinema de animação, Lilo & Stitch apresenta-se como uma obra mais modesta, pelo menos em termos de realização visual. Isso, contudo, não retira mérito ao seu humor, ao carisma das suas personagens e ao seu traço criativo — elementos que lhe granjearam uma base fiel de fãs.
É precisamente essa combinação de fatores que poderia, em teoria, oferecer à Disney uma oportunidade rara: recuperar algum prestígio artístico após uma série de remakes que, embora rentáveis, têm sido alvo de críticas ferozes. A questão, porém, continua em aberto — será que esta nova Lilo & Stitch conseguirá finalmente reconciliar os nostálgicos do desenho original com a nova estética das produções em carne e osso?
O desafio não é pequeno. A singularidade da relação entre a pequena Lilo e a criatura alienígena Stitch, que substitui o habitual conto de fadas por uma história de amizade e marginalidade familiar, exigirá mais do que efeitos especiais ou uma estética moderna. Exigirá sensibilidade, criatividade e respeito pela essência do original — três ingredientes que, até agora, têm faltado a muitas das investidas “live-action” da Disney.
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